Conhecendo os insetos dípteros

Os dípteros são insetos, como seu próprio nome diz, que possuem duas asas. Este grupo é composto pelos pernilongos, muriçocas, varejeiras e as moscas propriamente dito. São extremamente diversificados habitando quase todos os habitats de nosso planeta, possuem ainda uma ampla e intima relação com nossas cidades e até mesmo com nossos lares.

Estes insetos são divididos em dois grandes grupos:

1º grupo: mosquitos e pernilongos

Os mosquitos e pernilongos transmissores das maiores enfermidades que nos assolam, tais como a Malária, a Febre Amarela, a Dengue, a Chicungunha, a Leishmaniose entre tantas outras.

Na sua grande maioria possuem hábitos hematófagos (se alimentam de sangue), e por precisarem de sangue para sua reprodução, funcionam como verdadeiras seringas contaminadas e “teleguiadas” pelo calor emitido de nossos corpos e pelo CO2 da nossa respiração. Por isso nos localizam tão facilmente até mesmo na escuridão de nossos quartos.

Geralmente colocam seus ovos em locais com água parada. Alguns preferem águas sujas de valas e locais com pouco saneamento básico (o Culex que é o companheiro noturno de nossas noites mal dormidas por causa de seu zumbindo próximo a nossos ouvidos, eles vêm atraídos por nossa respiração) e outros preferem águas mais limpas, neste caso, se inclui o Aedes aegypti, o bichinho de estimação mais presente nos lares dos brasileiros. Estes se criam em quaisquer potinhos ou recipiente com água que preparamos para eles nos nossos lares.

2º grupo: estão as moscas

No outro grupo estão as moscas propriamente ditas. Estas possuem hábitos muito diversificados. Temos moscas que se alimentam de néctar de flores, de frutas, algumas são predadoras de outros insetos, se alimentam de matéria orgânica vegetal e animal, de cadáveres, de animais vivos, de lixo e de todo tipo de resíduo incluindo nossos esgotos. Esta estreita relação conosco aliada a sua afinidade por locais muito insalubres e à sua anatomia peculiar (elas na sua grande maioria possuem o corpo coberto por pequenas cerdas que são estruturas parecidas com nossos pelos) possibilitam que estes organismos promovam o transporte de inúmeros agentes causadores de doenças, tais como a poliomielite, a hepatite infecciosa, o cólera, muitos vírus causadores de infecções entéricas, a conjuntivite bacteriana, a difteria e até mesmo a tuberculose.

Modificações ambientais provocadas pelo homem, como construções de lixeiras próximas à periferia e desmazelo com o lixo, são suficientes para aumentar a densidade populacional das moscas que, ao visitarem ou se criarem em fezes ou restos alimentares humanos e depois visitarem nossos alimentos, aumentam a potencialidade de veiculação destas doenças. Por outro lado, bons hábitos de higiene e cuidados com nossos lares e quintais são uma boa forma de evitar estes problemas. Outro meio, é a utilização de telas em portas e janelas ou até mesmo telas mosquiteiro em nossas camas.

A utilização de inseticidas, também é indicada, no entanto a utilização em larga escala deve ser sempre acompanhada por pessoas treinadas e habilitadas para este combate, principalmente porque as vezes, a má utilização destes agentes químicos podem causar mais danos a nossa saúde do que os próprios insetos que vivem em nosso lar.

Professor Doutor Cleber Barreto Espindola

Cleber Barreto Espindola

Professor Doutor

Biólogo pela UFRRJ, Mestre em Ciências Ambientais e Florestais em ecologia de insetos pela UFRRJ, Doutor em Zoologia, Ecologia de populações de Dípteros pelo Museu Nacional/ UFRJ.
Já foi Coordenador do Centro de Controle de Zoonoses do Município de Paracambi, RJ.
Coordenador de Controle de Roedores Centro de Controle de Zoonoses de Paracambi, RJ.
Coordenador do Mestrado em Ciências Ambientais da Universidade Severino Sombra, RJ.
Coordenador do Mestrado em Ciências Ambientais da Universidade Veigas de Almeida – UVA/RJ.
Atualmente é Professor do Instituto de Ciência Educação e tecnologia do Estado do Rio de Janeiro – IFRJ

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